Saudades!
Sinto saudades!
Sinto saudades de uma casa que ainda não vi;
De uma cidade que ainda não é;
De uma esperança constante;
Sinto a presença na ausência e a ausência na presença;
É quando me vejo só é que se faz presença;
Quando em meio à multidão, ausência.
A voz da ausência se fez em grito: “Eli, Eli lamá sabactani…”
Fez-se um grito, pois eu já não tinha voz.
Mesmo quando havia voz o grito era o silêncio,
A saudade d’aquele dia em que todas as lágrimas hão de ser enxugadas,
Ainda assim derramadas, não mais aos pés, mas nas mãos, proximidade…
E de relance a saudade lembra-me que aquelas mãos que enxugam lágrimas com tanta delicadeza estão marcadas, calejadas e marcadas pelos pregos,
N’aquele instante a saudade da ausência se faz pre-sença…
Willian Pereira
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