Movimentos, Mosaicos e Ideologias

As potencialidades das ideologias se tornaram extremamente úteis para teologias que pela “violência” discursiva arvoram para si a unificação da ortodoxia, deixando de lado a ortopraxia
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A ideologia discursiva é de caráter científico-exegético, sustentando no seu imaginário teórico uma atitude de cientificidade-pbjetividade, porém como resultado filosófico e prático a teologia-ideológica tem a pretensão de ser uma teologia científica de discurso uniforme, tentando procurar um ponto do qual largar, no fundo se acham como o Ulsain Bolt da teologia.
A práxis ideológica-teológica significa, literalmente, a lógica de uma ideia. A unidade entre a história e o texto bíblico é o seu objeto de estudo ‘analítico’, no qual se aplica uma “ideia” ou a uma corrente teológica, o resultado de um processo em constante mudança para se ter uma base lógica do acontecimento – A possibilidade de mapear e revelar os mistérios de todo processo histórico, como os seus segredos passados, as suas complexidades e incertezas do futuro, num conjunto harmonioso de ideia lógica o discurso ideológico busca preencher este vácuo, história e texto.
A teologia tem que aprender a dialogar com a presente era, o processo de secularização traz em seu campo teórico conceitos que partem do desenvolvimento do cânon bíblico. Giorgio Agamben, Charles Taylor trabalham de forma magistral estes conceitos, ao se usar de ferramentas ditas seculares não o fazemos em um vácuo histórico, a secularização é o esvaziamento do sentido teológico da história, dialogar com estas ferramentas é fazer de uso destas a partir de locus teológico, trazendo para a história o seu sentido teológico, tais movimento não blinda ninguém de críticas.
A crítica ideológica em si não alcançou um lugar sagrado isento das perturbações do fluxo ou fluxos históricos, há sujeitos agentes neste fluxo social. Devemos então abandonar o processo de demarcação de ideologia discursivas? Como a critica ideológica pode apontar qualquer coisa em relação a realidade social e neste caso o fazer teologia e missão; a partir do momento em que o ato discursivo tenta abandonar de forma idealista este contato com a realidade e acaba caindo conceitualmente na práxis que querem de forma ansiosa denunciar, assim como quaisquer práxis fora deste curso com a vida concreta pode se ver presa dentro do processos ideológicos, ela surge exatamente no momento em que queremos evita-la, o sociólogo e teórico critico Slavoj Žižek já aponta acertadamente “quando um processo é denunciado como ‘ideológico por excelência’ pode-se ter certeza de que seu inverso não é menos ideológico” – somente aos pés do Rabi de Nazaré onde qualquer encontro reconciliador é possível podemos encontrar a redenção para o nosso relacionar na perenidade da história, discurso intramuros não é dialogo.
Um ‘Mosaico’ de ideias pode ser um quebra-cabeça ideológico, e como qualquer processo ideológico a pretensão é uma relação de poder discursiva e única, o verdadeiro mosaico é saber que cada peça do quebra-cabeça é uma perspectiva, e como perspectiva sua visão é limitada, a via é reconhecer que a limitação se dá por outros olhares.

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